O Brasil se deparou recentemente com duas situações envolvendo policias em situação de extremo descontrole emocional e as situações acenderam um alerta para a saúde mental desses agentes de segurança que lidam diariamente com violência e alto estresse. 

Dianto dos ocorridos, o deputado federal Capitão Alberto Neto (Republicanos) requereu que o Ministério da Segurança Pública a criação de uma estrutura administrativa para elaborar diretrizes, acompanhar e promover a melhoria da saúde mental dos policiais de todo país. 

"Estive atuando nas ruas por mais de dez anos, sei como os policias arriscam suas próprias vidas pelo bem estar da sociedade e como vivem situações extremas de estresse e violência diariamente. É essencial que esse herois tenham sua saúde acompanhadas por profissionais", disse. 

Vitimização de policiais

Um dos pontos a serem destacadas é o altíssimo grau de vitimização de policiais militares e civis. Entre os militares, 27% foram vitimados por violência física, 5% baleados, 46% ameaçados, 66% discriminados por serem policiais, 61% humilhados por colegas de trabalho, 28% vítimas de acusação injusta da prática de ato ilícito e 60% vítimas de desrespeito aos seus direitos trabalhistas. 

Já entre os policiais civis, 21% foram vitimados por violência física, 4% baleados, 48% ameaçados, 57% discriminados por serem policiais, 55% humilhados por colegas de trabalho, 27% vítimas de acusação injusta da prática de ato ilícito e 53% vítimas de desrespeito aos seus direitos trabalhistas. 

Casos

Em São Paulo, um policial fez uma comissária de bordo refém no aeroporto de Cumbica. Segundo informações, ele teve um surto psicótico e foi afastado das funções na Polícia Militar do Paraná, onde atuava. Durante uma viagem para visitar a família no Espírito Santo, o PM teve outro surto, fez uma mulher refém e dizia ter uma bomba na mochila. 

Na Bahia, mais caso envolvendo policial militar. Um PM de 38 anos acabou morrendo após ser baleado por agentes do BOPE. Armado de fuzil e pistola, o rapaz atirava para cima e arremessava objetos dentro do mar. A suspeita é que ele tenha tido um surto psicológico. 

Foto: Observatório do Terceiro Setor