A pandemia de Covid-19 causou o colapso no sistema de Saúde em todo país, prejudicando não somente os pacientes de coronavírus mas também de outras inúmeras doenças. Os enfermos que necessitam de dálise agora sofrem com outro drama: o medo de as clínicas especializadas no tratamento fecharem as portas. 

O deputado federal Capitão Alberto Neto (Republicanos) enviou um requerimento ao Ministério da Saúde, no qual cobra o posicionamento do órgão sobre a iminência do fechamento de diversas clínicas de hemodiálises em todo país e sobre as medidas que estão sendo tomadas para evitar a falências das empresas que prestam o serviço ao SUS. 

"A situação é alarmante. Nosso país tem mais de 145 mil pacientes de diálise, que precisam de pelo menos três sessões semanais para se manterem vivos. Hoje, ouvimos relatos de que muitos não conseguem passar por todas as sessões necessárias. Quem tem uma condição financeira melhor ainda arca com os custos, mas quem não tem padece à espera do SUS", denunciou o parlamentar. 

Em uma denúncia feita pela BBC News Brasil no dia 21 de março deste ano, os especialistas em Saúde explicam que as causas do colapso nas clínicas se devem a diversos fatores: a pandemia multiplicou o número de pacientes de diálise; muitos estados estão retendo o repasse de verbas para as empresas conveniadas; o aumento dos preços dos insumos; e a dificuldade de fornecimento dos materiais. 

Requerimento

No documento, o deputado relata a situação das empresas de saúde, que sofrem com o aumento da demanda, sem ter capacidade de arcar com os altos custos de equipamentos, medicamentos e insumos. Alberto Neto questiona do ministro, qual projeto será adotado pelo Governo FEderal para solucionar a inviabilidade econômica dos serviços terceirizados de hemodiálise, permitindo novos investimentos e atendimento da crescente demanda. 

Um dos insumos que mais apresentou aumento neste período de pandemia foi a heparina, droga usada para impedir a coagulação sanguínea nas sessões. O produto teve aumento de 200%. Hoje, a média de preço no país é de R$ 35 por ampola. O mesmo era comprado por cerca de R$ 15 antes do início da crise na Saúde, denunciam os médicos.