Alberto Neto destacou que, em todo país, o Ligue 180 tem registrado mais denúncias

O isolamento social causado pela pandemia do novo coronavírus está escancarando a realidade da violência doméstica no Brasil, país em que os índices já são elevados. Segundo informações do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, divulgadas em matéria do portal R7, nesta quarta-feira (1º), as denúncias pelo Ligue 180 aumentaram em 17%. 

De olho no aumento dos casos, o deputado federal Capitão Alberto Neto (Republicanos/AM) enviou ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, um requerimento de informações sobre os crimes de violência doméstica e feminicídios registrados desde o início da quarentena no país. O parlamentar amazonense pede explicações quanto as medidas que estão sendo adotadas pela pasta para garantir a proteção às vítimas. 

“O fenômeno conhecido como “ciclo da violência” não se inicia com a agressão física, mas começa previamente, sendo que o isolamento e o estresse emocional são fatores que podem aumentar exponencialmente o índice de violência intra lar. Dados atuais revelam isso. Estamos todos preocupados em como proteger as vítimas”, esclareceu. 

Alberto Neto questionou o ministro sobre programa especial a ser adotado no período de pandemia e o diagnóstico da pasta para atual situação da segurança pública no país quanto a defesa dos direitos das vítimas de violência, que não diz respeito apenas a brigas entre casais, mas também engloba violência entre pais e filhos, irmãos e outros familiares. 

Soltura de Presos 

No requerimento, o deputado também solicita informações quanto a relação entre a soltura de presos no país, embasados em uma recomendação do CNJ, e o aumento da violência doméstica. Alberto Neto questiona se existe registros de casos envolvendo detentos que foram colocados em liberdade após determinação judicial como ação de combate ao covid-19. 

“Com a soltura em massa de presos do sistema prisional é natural que vejamos aumento no número de crimes, não apenas de violência doméstica, que, geralmente, ocorrem dentro dos lares, mas também crimes contra a sociedade, como furtos e roubos. Também levanto questionamento de como se dará o monitoramento dos presos e o retorno dos mesmos ao cárcere”, ressalta.