Excelentíssimo Sr. Ministro da Saúde,

Ao passo que o saudamos, estamos certos que o mérito da sugestão ora apresentada haverá de receber atenção especial desse Ministério no sentido de promover a sua implementação, em face das circunstâncias em que o Brasil se encontra devido a pandemia da Covid-19.

De acordo com a publicação no site G1, o Amazonas possui 151 casos confirmados de Covid-19 e uma estrutura para o Hospital de campanha deverá ser montada nos arredores do Hospital Delphina Aziz, em Manaus. Esses números de casos confirmados foram anunciados pela Fundação de Vigilância em Saúde nesta segunda-feira (30). O secretário de Saúde do Estado, Rodrigo Tobias, informou que atualmente o governo conta com 50 leitos de UTI no Hospital Delphina Aziz.

Embora o Hospital e Pronto-Socorro Delphina Aziz seja referência no tratamento da doença, algumas áreas no estado do Amazonas possuem difícil acesso a ele. A saúde já é precária nas cidades sem acesso rodoviário no Amazonas, e em emergências, muitos teriam que enfrentar os rios para chegar a Manaus, o que não é viável em questão de tempo e higienização. Em cidades ribeirinhas do Amazonas, o desafio para combater a doença é muito maior, pois os problemas vão além da infraestrutura de atenção à saúde. Os trechos que ligam Manaus a determinados municípios, tem seus deslocamentos principais feito por via fluvial e aérea, que nem sempre atende e condiz com a realidade financeira da população que habita a região. As vezes são dias, semanas, de viagem fluvial dessas cidades até a capital Manaus, onde estuda-se o estabelecimento de um Hospital de campanha.

Ipixuna é uma das cidades mais remotas do Amazonas e do Brasil. Ela está situada no Rio Juruá, cerca de 2,8 mil km de barco da capital. São Gabriel da Cachoeira é o município com maior predominância de indígenas no Brasil e o transporte de barco é o mais utilizado para chegar à capital e leva cerca de 3 dias de viagem. O deslocamento de Tabatinga para a capital também é feita por via fluvial e dura em torno de quatro dias. Municípios como Tefé, Parintins, Humaitá, dentre outros, são exemplos de locais distantes de Manaus que também necessitam de deslocamentos aéreos ou fluviais.

Diante da dificuldade de acesso de muitas regiões do Estado do Amazonas até a capital, grandes distâncias, baixa qualificação e oferta profissional nessas áreas, a prestação de serviços de saúde para atender a população com suspeita de coronavírus nesses locais só será possível com o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB), em missão coordenada pelos ministérios da Defesa e da Saúde. Portanto, venho sugerir a destinação de equipes com profissionais de saúde capacitados, todo material necessário e estrutura adequada para criar um Hospital de campanha em pontos estratégicos nesses locais de difícil acesso a capital, como nas calhas dos rios. Desta forma, o atendimento local permitirá que morador do município seja atendido e isolado prontamente, sem precisar se deslocar para a capital e nem correr o risco de morrer durante o período de deslocamento.

Certo da atenção de V. Exª, reitero meu cordial apreço e consideração, no atendimento de elevado potencial para a população do Amazonas.